terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

DE FRENTE COM O “CONCURSO PÚBLICO"

“O inimigo mais perigoso que você poderá encontrar será sempre você mesmo" (Nietzsche)” e é com essa frase que eu começo entrevistando uma das pessoas mais desejadas do Brasil o “Concurso Público”
Olá, boa tarde!

Boa tarde!

Seu Concurso Público me responda como é ser a pessoa mais desejada do Brasil e por que isso acontece?

É muito bom! Eu fico muito envaidecido, pois milhares de pessoas me querem, mas poucos me tem. Sou o mais desejado por que trago estabilidade e geralmente ofereço bons salários e dou a impressão de que comigo o trabalho é sempre menos árduo.

Qual o perfil da pessoa que geralmente conquista você?

Geralmente são pessoas jovens, que estudam bastante, os meus conteúdos e as formas de me alcançar. Mas vou avisando que mesmo com esse perfil tem muitos outros fatores que interferem na minha conquista. Sou uma pessoa difícil!

Já que você tocou nesse assunto... Que outros fatores seriam esses?

Bom, é preciso que a pessoa esteja bem fisicamente e psicologicamente, no dia do nosso encontro.

Explique melhor...

Se estiver com dor de cabeça, mal humorado...
Reprovo! Ora, não tenho nada a ver com os problemas dos outros.
Se der um branco com as palavras...
Reprovo! Meu tempo é precioso, geralmente eu espero uma média de 4 a 5 horas, nem um minuto a mais!

É verdade que você tem gerado milhões para os cofres públicos?

Sim, é verdade.  Já tem gente que diz que sou de fato UMA INDÚSTRIA. O governo tem garantido milhões só com as inscrições dos candidatos a maioria reprovado pelo sistema capitalista, mas que vem tentar a sorte comigo.

E o setor privado como fica?

O setor privado também se beneficia comigo cito o exemplo dos cursinhos preparatórios, eles ganham para preparar as pessoas que tiveram um ensino público de má qualidade. Esta é uma parceria entre os setores públicos e privados, todos saem ganhando, exceto aqueles que não tem dinheiro para pagar os exorbitante preços  que os cursinhos tem cobrado.  

Para fechar a entrevista como você se definiria?

Sou fruto de um sistema capitalista, nasci com ele. Numa sociedade marcada por desigualdades sou a melhor forma de inclusão e ao mesmo tempo de exclusão.  Sou aquele que desperta nas pessoas o espírito competitivo, a vontade de vencer na vida. Tenho sido para muitos a melhor escolha e fuga dos patrões chatos e autoritários.  


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Professores, que espécie de Profissionais somos nós?

Passamos dias parados em frente à TV assistindo reportagens a respeito de quão mal formados são os professores, sobretudo os profissionais que atuam no Ensino Básico. Que situação deprimente! Pior ainda é a justificativa que esses profissionais dão para o seu desempenho medíocre em sala de aula, boa parte deles culpam a baixa remuneração, fator determinante para sua falta de estímulo no planejamento de uma boa aula e manutenção dessa característica durante toda vida de docente. 

Como assim? 

O piso salarial do professor, assim como de qualquer outro profissional é de conhecimento de todos de forma muito transparente, ficando assim a critério de todos escolher ou não essa profissão que lhe dará prazer e pagará suas contas, ou no pior dos casos pagará sua contas. Sendo assim, quem escolhe ser professor precisa fazê-lo tendo em mente as grandes responsabilidades que está escolhendo para si por toda a vida de profissional ativo, bem como da remuneração estabelecida, que infelizmente é inferior a quase todas as profissões. Bem, mas isso não justifica a péssima aula que nossas crianças estão assistindo.

Se tudo que cresce sólido e forte é por estar assentados em raízes sólidas, em que alicerce os nossos pequeninos estão sendo criados?... Crianças de 6 a 10 anos, que com muita ilusão, principalmente por parte dos pais, buscam na escola a complementação da educação doméstica, esta, necessária a formação psicológica da criança, encontram “tias” com um desempenho de um profissional de baixíssima qualidade. Essa realidade é comum, principalmente em escolas públicas onde a ética profissional se sobrepõe a conversa fiada de que os alunos são difíceis e não “querem nada”. 
O aluno, embora uma peça fundamental para o bom aprendizado, em muitos casos se mostra desinteressado por coisas que acreditam não ser de sua alçada, e os mesmos têm o direito, assim como todo indivíduo de não gostar daquilo que não conhece, então a responsabilidade do professor é apresentar de forma interessante a sua proposta de aula, com metodologia um pouco mais digna de profissionais de tão alto gabarito. 
O que vemos comumente é universitário que mal iniciaram a graduação, muitos deles com uma bagagem precária, assumindo turmas do Ensino Básico, com responsabilidade de quem já têm um Título, o que seria correto em nossa educação, mas que não acontece. Na maioria das vezes, a necessidade financeira empurra esses estudantes despreparados, que não gostam de lecionar, mas que para ter “algum” no bolso, vão para as escolas para confundir aqueles que pouco sabem e que acreditam ter em sala, como mestre, um mestre propriamente dito. As escolas por sua vez acolhem esses professores-aprendizes, muitos para substituir outros colegas, sem nenhum tipo de avaliação ou critérios. Assim seguem os absurdos rumos da educação básica que coloca na Universidade alunos ruins, preguiçosos e mal informados, que conseqüentemente coloca no MERCADO DE TRABALHO (é para esse fim que as universidades subsistem), profissionais, no mínimo, com qualidade duvidosa. Os que se salvam, o fazem com muito suor, uma vez que o desempenho da turma interfere na qualidade da formação do indivíduo (é uma pena que seja assim, aja vista que nossas Universidades lotam salas de alunos que pouco sabem e não fazem muita questão de aprender, fazer o que?).
Resta-nos, Professores, futuros Professores e Profissionais da área, apelar para os que ainda estão fora da Universidade e que não “nasceram” para ser Professor:



“ Por favor, não busquem nos cursos de licenciatura a possibilidade de entrar na faculdade para fazer sua parte como bom aluno do Ensino Médio que conseguiu passar no vestibular, até porque seu conhecimento medíocre bastará para ingressar na Universidade, mas não te dará suporte para sair dela como um bom Profissional. 
Não basta entrar na Universidade, o grande MÉRITO é sair dela com êxito, do contrário de nada adiantou os quatro anos que você passou dentro de quatro paredes lendo sobre um monte de gente que fez a diferença, tendo a certeza que nunca será um deles. Você perdeu seu tempo, tirou a vaga de alguém com talento, comprometeu seu futuro, e perdeu a oportunidade de fazer algo que realmente faria bem. 
Ao invés de se inscrever num desses vestibulares, se inscreva num cursinho pré-vestibular, estude mais um ano e passe num desses chamados CURSO NOBRE (nenhum curso formará profissionais tão nobres quanto aquele que forma profissionais do ensino. Esse é o CURSO dos cursos!) que te fará encher a boca quando alguém te perguntar que curso faz? 
Mas, se mesmo assim você insistir em cursar uma licenciatura, não perca seu tempo, ou pior, não comprometa o futuro de outras pessoas, que por imposição das circunstâncias serão seus alunos, não vá para campo (escola) ensinar cargas d’água. Fique com seu diploma guardado e oferte seus serviços aos diversos ramos da economia como um vendedor, um panfleteiro, ou qualquer outra coisa que edificará outras pessoas e não prejudicará ninguém. Pense bem antes de escolher o curso que será seu companheiro, melhor ainda, sua PROFISSÃO para todo e sempre.”