sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Que venha 2012!!!



Um novo ano está chegando e, como todos os anos, nesse período de fechamento deveríamos reservar um momento de reflexão para entrar no próximo ano com novas perspectiva. 
Normalmente, usamos a data para reencontrar amigos, fazer festa e virar a noite do dia 31/12 à espera do ano novo, com fogos, abraços e espumante... mas, o que é novo mesmo? 

Esse ano, por exemplo, dia 01 de janeiro é um dia de domingo. Se pensarmos friamente, esse domingo será igual ao último domingo, a diferença é que ele já está escrito no calendário 2012, apenas isso! O que é diferente?
Mas, tudo bem. Usemos o sábado (31),  esse último dia do ano, pra pensar o que fizemos durante todo o ano; o que foi bom; o que deveríamos manter e  o que precisamos mudar. Quais os excessos? Quais as atitudes indesejadas preciso reverter? Que postura preciso tomar diante dos problemas? 

No meu caso: 

Preciso ser mulher em algumas atitudes; virar gente grande pra resolver meus problemas; mudar algumas roupas; mudar meu perfume; mudar minha alimentação; tomar menos café; dormir mais cedo; comprar um novo chip; mudar meu cabelo; ir à Missa; sonhar com o futuro; trabalhar mais; estudar mais; amar mais meus amigos; me espiritualizar; aprender química; aprender novas receitas; aprender a fazer pavê; tomar vinho esporadicamente; ver o pôr do sol no mar; escolher uma atividade física; ouvir Chico Buarque; comprar o novo CD de Maria Gadú; escolher músicas antigas pra momentos de reflexão; parar, por um tempo, de ouvir Oswaldo Montenegro; ler Fernando Pessoa; comprar um escapulário; comprar um livro de Carlos Drummond de Andrade; esquecer amores impossíveis; curar meu coração...
Espero o melhor desse novo ano que está chegando. Que ele seja tão bom quanto o que se foi. Se o que se foi não foi tão bom? Que ele seja melhor...

Se 2011 foi bom? Já passou.

Que venha 2012!!!  





quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

A DOR QUE DÓI MAIS




                  Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, doem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.
             
                  Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai [...]. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Doem essas saudades todas.
             
                  Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você poderia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

                   Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.

                   Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

                    Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer.


Marta Medeiros


Saudade e ver e não poder tocar, não poder ouvir, não poder abraçar... Saudade é querer e não poder ter... Saudade é sentir saudade de quem não vêm, de quem não quer vir...

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

cor-de-cinza... tempo nublado!



  A inspiração pra escrever não vem... saudade deixa em branco minhas páginas. Minhas lembranças estão embaralhadas, tudo é possível, tudo é verdadeiro.

  Quando ninguém chega: ninguém ama, ninguém reclama, ninguém se vai... o estímulo dá a possibilidade de tentar; o retorno será marcante; o prêmio vai além do planejado na mente de outros.

Quantas idas? Quantas aulas? Quantos medos? Quanto perigo!

Minha imaginação me leva à lugares desconhecidos. Lugares que nunca passei, nunca vi, nunca amei... ruas que não conheço... calçadas, nas quais, jamais pisei.





Mais um... Natal!?



... mais uma comemoração em família... fragmentada!
O toque do telefone, como todos os anos, é a tentativa de complementar o "incompletável". 
Sempre igual: alguém programa, junta-se a outros e planeja; coloca no papel e na imaginação e, faz.
Tudo igual.
Desde a Partida, o Retorno é sempre a mesma coisa; as mesmas pessoas; os mesmos lugares; notícias... notícias diferentes... essas mudam quando em vez!
Essas noites mudaram... a última em particular.
Revivi em outra pele o encontro frio, o abraço que demora a vir.
Não vi quem gostaria, mas as notícias chegaram, e chegaram felizes... Felizes pra quem vive, tristes pra quem as recebe.
Enfim, mais um dezembro precedendo um janeiro. Férias, festas, reencontro, partidas, chegadas e recomeço. 




segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Só Drummond... [!?]



Definitivo...

Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções
irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado
do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter
tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que
gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas
as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um
amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os
momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas
angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma
pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez
companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um
verso:

Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos, nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do
sofrimento,perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional...



Carlos Drummond de Andrade




sábado, 24 de dezembro de 2011

Palavras ao vento




Na antessala de meu avô havia um belo jarro em cima da mesinha. Um jarro lindo, com desenhos graciosos com flores cheirosas e cheias de vida, colhidas no campo cultivado por ele... Aquele vaso tinha um significado ímpar na minha vidinha de criança e, suas flores me enchiam de alegria.
Um dia, cheguei à casa de meu avô e fui correndo visitar minhas amigas flores. Encontrei o vaso no chão da sala,quebrado, e as flores espalhadas pela sala. Senti uma tristeza imensa. Corri ao encontro de meu avô, para que, juntos, pudéssemos encontrar uma solução para o conserto do lindo vaso.
A solução mais prática que vovô encontrou foi colar o vaso e reutilizá-lo. Assim, o vaso permaneceu ali, sobre a mesa, sendo abrigo daquelas flores. Como o vaso estava rachado, já não era capaz de reter água em seu interior, e para que não ficasse sem flores, puseram-no flores artificiais.
Todos os dias eu chegava, olhava o vaso com aquelas marcas e não sentia o cheiro das rosas do campo... a artificialidade daquelas flores tirava o odor agradável da pequena sala.
Um dia, pedi a meu avô que jogasse o vaso fora, ele havia perdido o significado para mim. Que graça tinha olhar para aquelas marcas e para flores artificiais? Tudo o que havia de vida, no vaso já não existia mais. Agora, ele era apenas um vaso quebrado com flores sem vida.

A mentira tem esse papel na vida das pessoas. Ela tira o cheiro e a beleza das relações e deixa cinza as amizades.
Há verdades que não precisam ser ditas, mas se começarem a ser pronunciadas que sejam na íntegra. Quando, por algum motivo, talvez até nobre, tentamos modificar uma verdade o ato se torna maldoso. Permitimos que o outro imagine, crie, invente a tal verdade. O problema, talvez, não é o outro inventar sua verdade. O problema é o sentimento deixado no outro que, enquanto tenta construir uma verdade, pensa na mentira, na enganação, na mácula deixada na, até então, relação de amizade.


Há coisas que realmente não precisam ser faladas. Assim, evitamos alguns deslizes.